Dias atrás, uma pessoa que passava por momentos muito dificeis, argumentava comigo que tudo era a vontade de Deus, já que, do seu ponto de vista - que é o da maioria de nós evangélicos -, tudo que nos acontece é uma exteriorização da vontade de Deus.
Todavia, estive refletindo que, se tudo é a vontade de Deus, inclusive as coisas ruins e as muito muito ruins, então Deus é um pouco, ou muito, perverso. Tal conclusão não se encaixa no conceito de um Deus amoroso, misericordioso, perdoador, compreensivo com seus filhos.
Inferi, então, que nem tudo que nos acontece é da vontade de Deus. Há coisas que acontecem e são contrárias à sua vontade.
Pesquisando, vi que não estou sozinho nesse pensamento. Alguns respeitáveis e respeitados estudiosos do evangelho chegaram a essa conclusão bem antes de mim.
Uma confirmação disso encontrei em I Tm 2, 3-4, onde o apóstolo nos diz que o desejo de Deus, nosso Senhor, é que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.
Se considerarmos que nem todos os homens são salvos, estamos dizendo que a vontade (desejo) de Deus não está se realizando. É que está dentro do livre arbitrio do homem adotar comportamentos contrários à vontade de Deus. Nisso também se demonstra a grandeza do Nosso Senhor.
Vejamos Mt 23,37, onde o Senhor Jesus lembra Jerusalém de quantas vezes quis reunir os filhos dela como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, mas Jerusalém não quis. A vontade do Senhor não aconteceu.
Muito dos males que nos ocorrem, longe de ser a vontade de Deus, não é mais do que consequência de nossas próprias escolhas, outras coisas não.
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